Neuromodulação é tudo aquilo que consegue atuar e modificar em algum grau a transmissão das sinapses (que é a forma como os nossos neurônios “conversam”: geralmente através de impulsos elétricos e algumas substâncias químicas chamadas neurotransmissores) e assim, gerar uma resposta diferente daquela esperada em nosso sistema nervoso.
Como funciona a neuromodulação no tratamento da dor crônica?
Quando falamos em dor crônica refratária (aquela que não melhora com praticamente nada), existe uma forma de neuromodulação chamada eletrodo medular que nada mais é do que um dispositivo que é implantado dentro da coluna e que modifica os impulsos da dor em nossa medula espinhal. O mesmo pode ser feito dentro do crânio para estimular o cérebro ou ainda sobre os nervos periféricos.
Assim, através de uma corrente elétrica (gerando um campo eletromagnético) o eletrodo “engana” nosso sistema nervoso ao “trocar” a informação da dor por uma espécie de formigamento que é totalmente controlada pelo próprio paciente.
Quem tem indicação desse tratamento?
Podemos citar como principais indicações: síndrome pós-laminectomia (que é dor que continua ou piora após uma cirurgia da coluna), dor complexa regional, angina crônica refratária, neurite occipital, neuropatias periféricas (como a causada pelo diabetes), entre tantas outras.
Apesar de muitos acharem “complexo demais”, ou “coisa de ficção científica”, já existe há muitos anos e com inúmeros resultados positivos revolucionando a forma como tratamos a dor crônica refratária atualmente, além de casos não relacionados a ela diretamente (como incontinência urinária, fecal e problemas circulatórios).
Como é realizado o procedimento?
Os possíveis candidatos ao uso do eletrodo precisam ser submetidos a um teste, na maioria das vezes. Caso haja boa resposta (e isso quem vai dizer é exclusivamente o paciente!), em outra ocasião será colocado o eletrodo definitivo junto de um gerador – uma bateria semelhante ao marca-passo cardíaco, implantado por meio de uma pequena incisão na região glútea ou abdominal. A colocação do eletrodo pode ser feita por punção ou através de uma pequena incisão na região da coluna vertebral. Tudo isso será discutido com seu médico antes da cirurgia.
Uma das grandes vantagens é que existe justamente um teste antes. E mesmo após o implante definitivo, o mesmo pode ser retirado a qualquer instante (embora obviamente esse não seja o objetivo da terapia).
Vale ressaltar que esse (eletrodo) não é o primeiro tratamento a ser empregado nesses casos previamente citados. Por isso é tão importante consultar um médico especialista em dor para trazer as principais indicações e o momento certo de se indicar cada terapia.